quinta-feira, 8 de abril de 2010

RESERVA INDÍGENA DO XINGÚ!

Estive na Reserva Indígena do Xingú há uma semana e lá vivi os 10 dias mais intensos da minha vida até agora! Fui como enfermeira, através do Projeto Xingú da Faculdade Paulista de Medicina, e além de exercer minha profissão, exerci tb um pouco da minha cidadania! Conviver com os índios foi um desafio estimulante! Um aprendizado diário e um constante exercício de revisão de valores. Infelizmente pude constatar que muitos índios estão perdendo seus valores, principalmente em relação aos alimentos que consomem, e assim desenvolvendo doença de branco como obesidade, diabetes e hipertensão. Não tive dificuldades em relação as condições “adversas” do local, como falta de privacidade e conforto, que tanto me assustavam. Dormir bem na rede, gostei de tomar banho no rio e até a falta de energia não me incomodou. Descobri que posso sim viver sem televisão, internet e celular, mas não sem chocolate (nem tudo é perfeito). Ah, os mosquitos me incomodaram muito.
O fato de irmos direto para as aldeias, antes de nos estabelecer no pólo, foi importante. Nas aldeias a situação é mais precária, não temos os recursos do pólo e isso acaba exigindo mais da equipe, tanto em termos de atendimento quanto na vivência do dia-a-dia! Quando voltamos me senti no paraíso, quase numa cidade! Foi uma impressão completamente diferente de quando pousamos com o avião no primeiro dia! Incrível como os conceitos mudam em virtude das experiências e, nesse caso, em tão pouco tempo!
Uma das coisas que me chamaram a ateção foi o número de crianças que, com suas mães, procuram o pólo para atendimento: quase a totalidade de todas as consultas! Em segundo lugar ficam as mulheres com dores em baixo ventre! Imagino que se possa realizar alguma ação no sentido de prevenir as IRAs (Infecção Respiratória Aguda): identificar suas causas e traçar um plano para diminuir os casos. Percebi que o trabalho da equipe gira em torno do atendimento da demanda, sobrando pouco tempo para ações de prevenção e promoção da saúde.
Tive um pouco de dificuldade de comunicação com as mulheres indígenas durante o atendimento. Nem tanto pela barreira da língua, mas pelo processo de como se estabelece essa comunicação. O fato do homem ser o interlocutor muitas vezes limita a abordagem. Senti que num primeiro momento eles até colaboram e traduzem bem as perguntas e as respostas, mas depois de algum tempo vão perdendo a paciência e a comunicação começa a ficar lenta e difícil. As perguntas precisam ser repetidas mais vezes! Começa a se estabelecer longos períodos de silêncio entre a pergunta e a respostas. Percebi com isso, que o tempo do índio é diferente do nosso tempo. Na nossa sociedade estamos acostumados a ter respostas prontas, rápidas, na ponta da língua e esperar mais que 5 segundos para obtê-las nos parece uma eternidade, sendo que para os índios isso é absolutamente normal! Tive que controlar a minha ansiedade e rever meus conceitos. Entendi que somos frutos de uma sociedade que nos treinou desde pequenos a essa rapidez de pensamento, mas que isso não se aplica a todos os povos da Terra. Graças a Deus! Um brinde a diversidade!
Beijos a todos!



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Polianas do Amor!

Estou lendo um livro muito bom e recomendo: Comer, rezar e amar de Elizabeth Gilbert! Esse livro tem um trecho muito interessante que achei oportuno reproduzí-lo aqui no blog!
"Sempre me apaixonei depressa e sem avaliar os riscos. Tenho tendência não somente a ver apenas o que há de melhor nas pessoas, mas a partir do princípio de que todo mundo é emocionalmente capaz de alcançar seu potencial máximo. Já me apaixonei pelo potencial máximo de um homem mais vezes do que consigo enumerar, em vez de me apaixonar pelo homem em si, e em seguida agarrei-me ao relacionamento durante muito tempo (algumas vezes, tempo demais), esperando que o homem chegasse à altura de sua própria grandeza. Muitas vezes, no amor, fui vítima do meu próprio otimismo!"
Ufa, que alívio... pensei que eu fosse a única retardada a sofrer por ser tão otimista em relação as questões amorosas! Sempre vejo o potencial do homem com quem me relaciono e fico apostando que um dia ele conseguirá chegar lá!
Ele não tem dinheiro, tá cheio de dívidas? Ah, que mesquinharia! O que importa é que ele tem potencial para sair dessa!
Ele não é bonito? Poxa, mas tem um super potencial para ficar! É só mudar o estilo de se vestir, mudar o corte de cabelo, a postura, o jeito de falar...
Ele tem algum defeito físico? Ah, mas tem um incrível potencial para melhorar !
Ele é chato, ciumento, nervosinho, neurótico... poxa, mas tem um inacreditável potencial para se auto-analisar e resolver esses desvios de personalidade!
Ele é baixinho? Bom, aí não tem jeito amiga, pq não tem potencial que concerte isso!
Enfim, Polianas do Amor, enquanto estivermos tampando o sol com a peneira continuaremos a nos queimar e sofrer com isso! Quem é, é! Acredito que mudanças podem acontecer sim, mas ultimamente to preferindo confiar no que meus olhos enxergam! Ele é ignorante e isso não te incomoda? Então bola para frente! Mas não entre nessa se vc não gosta de homens ignorantes, só por acreditar no potencial que ele tem para tornar-se instruído!
É isso que tem para hoje!
beijossss com carinho!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O conto de fadas da princesa moderna!

"Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima. Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre... Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma: - Eu, hein?... nem morta!"

Luís Fernando Veríssimo






terça-feira, 12 de janeiro de 2010

De volta ao lar!

Uau, finalmente voltei! Depois de 12 dias viajando pelo Ceará, retorno ao lar novinha em folha! Tudo muito lindo e maravilhoso, mas o melhor foi conhecer Jeri! Foram 3 dias lá, mas fiquei com a sensação de que deveria ter ido direto para Jeri e deixado os 3 dias para Fortaleza! Me apaixonei pelo "jacaré que quara" (uma das definições de Jericoacoara, a outra é "buraco da tartaruga")! Jeri é diferente de tudo: lugar inóspito, no meio do nada, com um por de sol de tirar o fôlego, lagoas de água doce lindíssimas, dunas a perder de vista, mar limpo e um céu cheio de estrelas! As ruas não tem calçamente nem iluminação, e por isso as noites são maravilhosas! Moraria lá de boa... de boa na lagoa, literalmente falando! Podem dizer que depois da temporada o lugar fica vazio e sem graça, que eu não aguentaria um mês assim e que ia querer sair correndo clamando por civilização... mas para mim a graça está exatamente nisso: no dia a dia de uma comunidade que vive no meio do nada, sabendo que a única condução capaz de me levar a algum lugar é uma jardineira que parte duas vezes ao dia rumo a "civilização" (tipo Roque Santeiro, lembram?). Uma hora no "pau de arara" até Jijoca, a cidadezinha mais próxima! Sim, pelo jacaré eu largaria tudo: carreira, dinheiro, canudo! Quem sabe um dia né!
Enfim princesas, esse é o tipo de aventura que vale a pena para quem é apaixonada pela natureza! Aliás meu lema agora é: vamos salvar a natureza pq a humanidade já está perdida! O meu objetivo é tentar conhecer tudo o que for possível antes que o mundo acabe! Ta acabando minha gente!
A foto abaixo é um por de sol em Jeri! Perfeito!
Beijossss